— Está aumentando o número de contaminados entre os jovens e as mulheres acima de 50 anos. Depois do Viagra, os homens começaram a pegar mais mulher na rua e fica difícil explicar que ela precisa usar camisinha dentro de casa — diz ele, que já perdeu 18 amigos em um mês por causa da Aids: — Não é mais uma sentença de morte, mas o coquetel não cura, é só um paliativo. A doença não acabou.
Ao conversar com o ator, cheio de vida na voz e no olhar, fica difícil acreditar nos maus bocados pelos quais ele passou nos últimos anos: síndrome do pânico, câncer do pulmão e anorexia.
— Vivo normalmente, estou bem. Não quero falar de superação porque não sou nenhum fodão, todo mundo pode! — declara ele, que nem mesmo quando estava internado com anorexia esqueceu a cozinha: — Eu não podia falar no celular por causa da aparelhagem, então dava aulas de culinária para os enfermeiros — lembra ele, que está solteiro e “feliz assim”.
Teatro que mata a fome
Quem se animar a assistir à peça não vai se arrepender. Além de cozinhar o risoto, Rodolfo canta, dança e contracena com o público.
— A história se passa na cozinha de uma família italiana e ensino a fazer o risoto de verdade. Não tem outro ator com esse trabalho, pelo menos não com a seriedade com que cozinho. A peça até já deu errado, mas o risoto nunca.
É verdade que o preço, R$ 60, é um pouco salgado para uma terça-feira à noite (20h), mas o jantar já está incluído. Todo mundo come o risoto (de gorgonzola, nozes e passas. Veja a receita abaixo) e ainda pode tirar dúvidas com Rodolfo, que conversa com o público no fim da apresentação.
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