Norma Blum tinha apenas 11 anos quando a TV Tupi Rio foi inaugurada, em janeiro de 1951.
Mas, apesar da pouca idade, a jovem descendente de austríacos acompanhou de perto a estruturação e o crescimento da emissora, que foi pioneira no Rio de Janeiro. No mesmo ano, Norma já apresentava, ao lado do pai, o professor Robert Blum, o primeiro curso de idiomas transmitido pela tevê, o programa Aulas de Inglês. Aos 14 anos, passou a integrar o quadro fixo de atores da Tupi. E esse foi o pontapé inicial da longa trajetória da atriz, que já trabalhou em sete emissoras e fez mais de 20 novelas. Agora, aos 70 anos, ela recorda, sempre com um sorriso no rosto e um olhar saudoso, os bastidores da época. "Eu tive a honra de ver a Tupi se estruturando. Nós éramos uma grande família e aprendemos tudo juntos", lembra.
O amadurecimento profissional de Norma ocorreu paralelamente ao da própria linguagem televisiva. Isso porque, quando a tevê chegou ao Brasil, tudo era feito na base da experimentação, já que não havia referências. "Nós tivemos de criar uma linguagem. Não existia escola nem exemplo para isso. Era tudo muito calcado no rádio e no teatro", relembra a atriz, que começou a fazer teleteatro em 1951 e fez sua estreia nas novelas no papel de Nossa Senhora de Lourdes, em A Canção de Bernardete, de 1958.
Como na época não existia videoteipe, todos os programas eram feitos ao vivo e tinham no improviso uma de suas características principais. "Às vezes caia um lampião ou uma câmara pifava e nós tínhamos de adaptar a cena na hora. O ator também era contrarregra, figurinista e maquiador. Precisava prestar atenção em tudo e ter uma visão geral", conta.
Nem mesmo a chegada do videoteipe ao Brasil, em 1962, tornou os trabalhos mais fáceis.
Norma lembra que, em um primeiro momento, a fita era odiada, pois tornava tudo muito mais demorado. "Era um sufoco porque ainda não tinham uma máquina para edição. A fita era cortada com lâmina de barbear. Se algo desse errado, tinha de refazer a cena inteira", reclama. A atriz confessa que gostava mesmo era da adrenalina de contracenar rápido e ao vivo. E conta que teve suas maiores escolas nos programas Teatro de Comédia, Grande Teatro Tupi e Teatrinho Troll, grandes sucessos da Tupi em 1954.
"Aprendi muito ao lado de pessoas como o Sérgio Britto, Fernanda Montenegro, Ítalo Rossi e Natália Timberg. Era uma turma muito boa", elogia.
Após mais de uma década de trabalho, Norma decidiu sair da Tupi por causa dos constantes atrasos de salário. "A Tupi já estava fraca. Perdi mais de 10 anos de carteira assinada porque eles nunca repassaram os descontos ao INSS", lamenta. Foi nessa época que ela passou a trabalhar como freelancer da TV Rio, TV Excelsior e TV Continental.
Em 1964, quando a Rede Globo foi inaugurada, a atriz foi convidada a fazer parte do primeiro time de elenco da emissora. "A Globo pegou os melhores atores da Tupi, a equipe da TV Rio e inflacionou os salários no primeiro momento", relembra.
Norma participou da primeira novela da Globo, Ilusões Perdidas, em 1965, ao lado de Leila Diniz, Reginaldo Faria e Osmar Prado. E, ao contrário do amadorismo que marcou os primeiros anos da Tupi, ela conta que a fase inicial da Globo foi marcada por uma superestrutura. "No lugar de estúdios improvisados em cima de galpões e cassinos, a gente tinha lugares próprios para os trabalhos. Tudo começou de forma muito profissional", compara.
Atualmente no ar como a Irmã Andréia, de Cama de Gato, Norma atuou em 16 novelas na Globo. Mas a atriz também já trabalhou no SBT, na Band e na Record. E se orgulha ao falar que presenciou de tudo um pouco nesses 58 anos de tevê. Para contar tudo o que viu nos bastidores, ela está escrevendo um livro, intitulado Norma Blum - Memória, Vida e Aprendizado. "Quero ajudar a resgatar essa memória", diz a atriz, que se diverte ao comentar que testemunhou os primeiros passos de duas emissoras que fizeram história no Brasil. "Acho que tenho essa coisa de pioneira. Talvez eu seja uma grande iniciadora de emissoras", brinca.
Mas, apesar da pouca idade, a jovem descendente de austríacos acompanhou de perto a estruturação e o crescimento da emissora, que foi pioneira no Rio de Janeiro. No mesmo ano, Norma já apresentava, ao lado do pai, o professor Robert Blum, o primeiro curso de idiomas transmitido pela tevê, o programa Aulas de Inglês. Aos 14 anos, passou a integrar o quadro fixo de atores da Tupi. E esse foi o pontapé inicial da longa trajetória da atriz, que já trabalhou em sete emissoras e fez mais de 20 novelas. Agora, aos 70 anos, ela recorda, sempre com um sorriso no rosto e um olhar saudoso, os bastidores da época. "Eu tive a honra de ver a Tupi se estruturando. Nós éramos uma grande família e aprendemos tudo juntos", lembra.
O amadurecimento profissional de Norma ocorreu paralelamente ao da própria linguagem televisiva. Isso porque, quando a tevê chegou ao Brasil, tudo era feito na base da experimentação, já que não havia referências. "Nós tivemos de criar uma linguagem. Não existia escola nem exemplo para isso. Era tudo muito calcado no rádio e no teatro", relembra a atriz, que começou a fazer teleteatro em 1951 e fez sua estreia nas novelas no papel de Nossa Senhora de Lourdes, em A Canção de Bernardete, de 1958.
Como na época não existia videoteipe, todos os programas eram feitos ao vivo e tinham no improviso uma de suas características principais. "Às vezes caia um lampião ou uma câmara pifava e nós tínhamos de adaptar a cena na hora. O ator também era contrarregra, figurinista e maquiador. Precisava prestar atenção em tudo e ter uma visão geral", conta.
Nem mesmo a chegada do videoteipe ao Brasil, em 1962, tornou os trabalhos mais fáceis.
Norma lembra que, em um primeiro momento, a fita era odiada, pois tornava tudo muito mais demorado. "Era um sufoco porque ainda não tinham uma máquina para edição. A fita era cortada com lâmina de barbear. Se algo desse errado, tinha de refazer a cena inteira", reclama. A atriz confessa que gostava mesmo era da adrenalina de contracenar rápido e ao vivo. E conta que teve suas maiores escolas nos programas Teatro de Comédia, Grande Teatro Tupi e Teatrinho Troll, grandes sucessos da Tupi em 1954.
"Aprendi muito ao lado de pessoas como o Sérgio Britto, Fernanda Montenegro, Ítalo Rossi e Natália Timberg. Era uma turma muito boa", elogia.
Após mais de uma década de trabalho, Norma decidiu sair da Tupi por causa dos constantes atrasos de salário. "A Tupi já estava fraca. Perdi mais de 10 anos de carteira assinada porque eles nunca repassaram os descontos ao INSS", lamenta. Foi nessa época que ela passou a trabalhar como freelancer da TV Rio, TV Excelsior e TV Continental.
Em 1964, quando a Rede Globo foi inaugurada, a atriz foi convidada a fazer parte do primeiro time de elenco da emissora. "A Globo pegou os melhores atores da Tupi, a equipe da TV Rio e inflacionou os salários no primeiro momento", relembra.
Norma participou da primeira novela da Globo, Ilusões Perdidas, em 1965, ao lado de Leila Diniz, Reginaldo Faria e Osmar Prado. E, ao contrário do amadorismo que marcou os primeiros anos da Tupi, ela conta que a fase inicial da Globo foi marcada por uma superestrutura. "No lugar de estúdios improvisados em cima de galpões e cassinos, a gente tinha lugares próprios para os trabalhos. Tudo começou de forma muito profissional", compara.
Atualmente no ar como a Irmã Andréia, de Cama de Gato, Norma atuou em 16 novelas na Globo. Mas a atriz também já trabalhou no SBT, na Band e na Record. E se orgulha ao falar que presenciou de tudo um pouco nesses 58 anos de tevê. Para contar tudo o que viu nos bastidores, ela está escrevendo um livro, intitulado Norma Blum - Memória, Vida e Aprendizado. "Quero ajudar a resgatar essa memória", diz a atriz, que se diverte ao comentar que testemunhou os primeiros passos de duas emissoras que fizeram história no Brasil. "Acho que tenho essa coisa de pioneira. Talvez eu seja uma grande iniciadora de emissoras", brinca.
Trajetória Televisiva
Aulas de Inglês (Tupi, 1951)
Câmera Um (Tupi, 1951)
Teatro de Comédia (Tupi, 1954)
Grande Teatro Tupi (Tupi, 1954)
Teatrinho Troll (Tupi, 1954)
A Canção de Bernardete (Tupi, 1958)
Ilusões Perdidas (Globo, 1965)
Os Irmãos Corsos (Tupi, 1966)
O Homem Proibido (Globo, 1967)
A Gata de Vison (Globo, 1968)
A Última Valsa (Globo, 1969)
Pluf, O Fantasminha (Globo, 1975)
Senhora (Globo, 1975)
Bravo! (Globo, 1975)
Vejo a Lua no Céu (Globo, 1976)
Escrava Isaura (Globo, 1976)
Marina (Globo, 1980)
Ciranda de Pedra (Globo, 1981)
Elas por Elas (Globo, 1982)
Maçã do Amor (Band, 1983)
Sinhá Moça (Globo, 1986)
Bambolê (Globo, 1987)
Cortina de Vidro (SBT, 1989)
Lua Cheia de Amor (Globo, 1990)
Anos Rebeldes (Globo, 1992)
Pícara Sonhadora (SBT, 2001)
Celebridade (Globo, 2003)
A Escrava Isaura (Record, 2004)
Floribella (Band, 2005)
Alta Estação (Record, 2006)
Malhação (Globo, 2007 e 2008)
Cama de Gato (Globo, 2009)
Fonte: Portal Terra
Gostaria de saber se a Norma Blum ainda está viva
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